Evento virtual abordou a participação da mulher na política brasileira

Seminário foi transmitido ao vivo no canal TRE - Roraima, no YouTube

TRE-RR - Seminário participação feminina na política I

O Tribunal Regional Eleitoral de Roraima – TRE/RR, por meio da Escola Judiciária Eleitoral – EJE/RR, realizou na noite desta quinta-feira (23) o Seminário Virtual “Desafios da Participação Feminina na Política”. O evento foi transmitido pelo canal TRE - Roraima, no YouTube.

O seminário teve como objetivos debater a participação das mulheres na política nacional e estimular sua atuação em todo processo eleitoral, além de promover um diálogo entre a sociedade civil e representantes femininas em várias áreas da esfera política.

Participaram como convidadas a juíza eleitoral Rozane Ignácio, Andréa Vasconcelos – socióloga e representante do Núcleo de Mulheres, a advogada Clarissa Vencato – vice-presidente da OAB/RR e a analista judiciária do TRE-RR, Iara Calheiros. O debate foi mediado pelo coordenador da EJE/RR, José Maria Neto.

Por cerca de duas horas as convidadas falaram sobre os desafios para a inserção das mulheres na esfera política, preconceitos, resistências e dificuldades que enfrentam diariamente. Houve uma participação efetiva da comunidade que enviou perguntas e parabenizou a iniciativa da Justiça Eleitoral.

Na opinião de Clarissa Vencato, o debate abordou questões históricas, econômicas, políticas, sociais e étnicas que contribuem para uma menor participação feminina na política, o que também permite a compreensão da gravidade dessa questão, para que ações afirmativas e políticas de inclusão sejam construídas e concretizadas, de modo a superar as barreiras invisíveis que tanto pesam sobre as mulheres.

“Não adianta dizer que ‘o espaço está aí, é só concorrer e ocupar’. Tem que haver uma efetiva valorização das dificuldades familiares, sociais, financeiras e étnicas, fruto da herança histórica negativa do patriarcado e do racismo estrutural que ainda carregamos e que tornam a caminhada muito mais difícil para as mulheres”, destacou a advogada.

Para a socióloga Andréa Vasconcelos, o seminário trouxe abordagens importantes sobre a cultura política brasileira, entre elas como superar os obstáculos dessa cultura, além de promover espaços de reflexão, trazer para o centro do debate os elementos que discriminam a mulher e construir mecanismos democráticos para eliminar as desigualdades de gênero, a falta de incentivos reais, de condições e apoio que são essenciais.

“É urgente desfazer o imaginário que mulheres sabem menos e não estão preparadas. Logo, todos precisam engajar-se nessa empreitada de transformação social. Mudar o espaço político com a presença de mais mulheres sensibilizadas sobre as desigualdades, vai encorajar mais mulheres a concorrerem e consequentemente exercerem cargos de poder”.

A juíza eleitoral Rozane Ignácio destaca a importância do evento para a sociedade roraimense, pois debater esse tema serve para incentivar mais mulheres a se candidatarem, diminuir a sub-representação da presença feminina na política e assim poder igualar esse percentual de mulheres que hoje representam menos de 15% no Poder Legislativo e menos de 10% no Executivo.

“Já ficou evidenciado através de pesquisas que os parlamentos onde há maior número de mulheres, há um aumento na formulação de políticas públicas que enfatizam a qualidade de vida dos cidadãos e que priorizam a igualdade de direitos, em especial das minorias étnicas, raciais e sociais. O seminário contribuiu também de alerta para que as mulheres não aceitem o convite dos partidos políticos para serem ‘candidatas laranjas’, para apenas cumprirem as cotas de gênero, pois há sanções na Legislação Eleitoral para os casos comprovados de fraude. Só através da conscientização política conseguiremos mudar essa cultura de que ‘lugar de mulher não é na política’, para tanto é necessário que os jovens se envolvam nessa luta pela igualdade de direitos, através de projetos como o ELEITOR DO FUTURO, desenvolvido pelas escolas Judiciárias Eleitorais, que são essenciais para que desde cedo os jovens do ensino fundamental e médio, possam entender como ocorre o processo eleitoral, e que não podemos vender o voto, nem fraudar as cotas e que mais mulheres na política, significa maior igualdade de direitos e consequentemente uma democracia mais forte.”

A analista Iara Calheiros lembra a importância da discussão ter sido feita por mulheres de diversos segmentos. “A minha visão como servidora da Justiça Eleitoral possui uma perspectiva diferenciada, na medida que lido diretamente com as questões que envolvem as candidaturas femininas. Percebo na prática, que a participação feminina é ínfima desde a composição partidária até a eleição de fato das candidatas”.

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