A primeira edição da roda de conversa sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), promovida pela GEAP Roraima, reuniu familiares de pessoas autistas beneficiárias do plano na manhã desta quinta-feira (3), no auditório do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR). O evento contou com apoio do próprio TRE-RR, além do Ministério Público do Estado, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e Tribunal de Contas do Estado.

Com foco em acolhimento, conscientização e troca de experiências, a roda de conversa teve como convidadas a psicóloga Taynara Jéssica Lima, especialista em neuropsicologia, e a neuropsicóloga Magaly Sarah, especialista em TEA, além da Dra. Wallydy Martins Andrade, coordenadora do Núcleo TEA da GEAP, Dr. Haroldo Silva, neudopediatra, Ludyana Melgaço, núcleo do TEA da GEAP em Brasília e Márcia Moura, beneficiária do plano.

Taynara Jéssica ressaltou a importância social do encontro no sentido de difundir conhecimentos acerca do autismo. “Porque nós sabemos que em alguns locais é visto como, por exemplo, doença. Então, hoje nós vamos abordar essa questão de conscientizar que o autismo não é doença, isso é uma condição. É de suma importância, a gente conscientizar as pessoas de como lidar com as pessoas autistas no dia-a-dia e outras questões”, disse.

Já Magaly Sarah destacou a complexidade e amplitude do espectro: “O T.E.A. é caracterizado por múltiplas características, então é bem difícil a gente falar para alguém saber o que é o T.E.A. […] A pessoa autista pode ter dificuldades nas habilidades sociais, mas ela pode não ter. Ela pode ser alguém com dificuldade para perceber as características emocionais de alguém, ou ela pode ser híper empática. Temos pessoas que apresentam estereotipias motoras bem mais visíveis, outras não”, explicou.

A especialista ainda apontou as principais barreiras enfrentadas por autistas e suas famílias, chamadas de atípicas: “Quando você é pequenininho, a barreira, ela acaba sendo muito a questão escolar […] E quando a gente vai ficando adulto e recebe esse diagnóstico já numa fase tardia, as adaptações […] já [são] lá no local de trabalho. Empresas que compreendam a necessidade do seu colaborador, empresas que ofereçam acessibilidade […]”.

Ela ressaltou ainda a importância do diagnóstico precoce: “Se eu tenho uma pessoa que tem um diagnóstico precoce e que vai passar por uma estimulação ainda no momento que não teve tantas podas neurais, eu posso reduzir as chances de transtorno de personalidade e de estresse pós-traumático, […] que ela consiga emprego, se formar na faculdade e ter um desenvolvimento melhor”, apontou.